Pesquisadores da UEPB criam método para identificar metanol em bebidas e querem produzir canudo que detecta contaminação
Os pesquisadores da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) criaram um método rápido de identificar a contaminação por metanol em bebidas. Agora, eles buscam meios para produzir o método em larga escala e trabalham em um novo mecanismo de segurança que pode detectar a substância: um canudo que muda de cor ao entrar em contato com o metanol.
Até o início da noite desta sexta-feira (3), o Brasil tinha 113 notificações de intoxicação por metanol em 5 estados e no DF. São 11 casos confirmados e 102 em investigação. Há casos em São Paulo, Pernambuco, Bahia, Paraná e Mato Grosso do Sul. Ainda não há casos suspeitos na Paraíba.
O método desenvolvido pelos pesquisadores utiliza um equipamento que emite luz infravermelha sobre a garrafa, mesmo que ela esteja lacrada. A luz provoca uma agitação nas moléculas, e um software coleta os dados, interpreta as informações e identifica qualquer substância que não faça parte da composição original da bebida, desde a presença de metanol até a adição de água para aumentar o rendimento do produto.
A pesquisa começou analisando cachaça, mas pode ser usada para outros destilados. O método detecta adulterações em poucos minutos, sem produtos químicos, com até 97% de acerto. A pesquisa começou em 2023 e, em 2025, os pesquisadores publicaram dois artigos sobre o método na revista “Food Chemistry”, uma das principais dedicadas à química e bioquímica dos alimentos.