Cultura

Pernambucano J. Borges morre aos 88 anos

J. Borges, xilogravurista, poeta e cordelista pernambucano, morreu na manhã desta sexta-feira (26), aos 88 anos, em Bezerros, no Agreste de Pernambuco, onde ele nasceu e viveu toda sua vida.

Segundo familiares, o pernambucano morreu de “causas naturais” por volta das 6h da manhã desta sexta-feira.

Conhecido como mestre da arte popular brasileira, ele só frequentou a escola por um ano. Aprendeu a ler, escrever e fazer contas. Na juventude, foi carpinteiro e pedreiro, até descobrir a literatura de cordel. Há 60 anos, virou escritor.

A imagem da igrejinha foi a primeira xilogravura produzida por J. Borges – um dos grandes mestres dessa arte -, primeiro esculpida em madeira e depois impressa no papel.

Ao longo de sua trajetória, ganhou vários prêmios, como a comenda da Ordem do Mérito Cultural, o prêmio da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) na categoria Ação Educativa/Cultural e o título de Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Ilustrou também a capa de livros de escritores como Eduardo Galeano e José Saramago, inspirou documentários e o desfile da escola de samba Acadêmicos da Rocinha, em 2018.

José Francisco Borges, conhecido como J. Borges, foi pintor, cordelista, poeta, e xilogravurista. Natural de Bezerros, no Agreste de Pernambuco, também tinha o título de Patrimônio Vivo Imaterial de Pernambuco, além de ter sido agraciado com a Ordem do Mérito Cultural do Brasil em 1999. Já ilustrou obras de escritores como José Saramago e Eduardo Galeano.

J. Borges começou a trabalhar aos 10 anos, na cidade em que nasceu, onde viveu e trabalhava. Depois de publicar um cordel em 1964, o artista foi levado à xilogravura para ilustrar seus versos e, desde então, não parou de fazer matizes, que são entalhadas.

Os títulos dos cordéis são o principal mote para o xilogravurista criar os desenhos, sem esboço ou rascunho. As imagens são talhadas diretamente na madeira e ilustram, de maneira original, a cultura do povo do Nordeste.

Uma parte importante do imaginário nordestino sempre esteve presente na obra deste pernambucano que morreu aos 88 anos.

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