Brasil

Nova variante do vírus da dengue deixa autoridades em alerta

A população acima dos 60 anos é a mais vulnerável à dengue, constituindo a maior parte das 6.068 mortes causadas por ela em 2024. Esse ano presenciou a pior epidemia já registrada no Brasil, quando mais de 6,6 milhões contraíram a doença transmitida pelo mosquito aedes aegypti. O triste recorde anterior cabia aos anos de 2015 e 2023, quando mais de 1,649 milhão adoeceram.

Os números deste começo de 2025, no entanto, preocupam não apenas cidadãos como Lia e sua família, que incluíram o uso intenso de repelentes e inseticidas na rotina diária matinal, mas autoridades e epidemiologistas. Especialistas concordam que o susto vivido em 2024 deixou as instituições mais preparadas para o pior, porém alertam que o ano corrente deve ser o pior ano da história.

Segundo o Ministério da Saúde, em dezembro de 2024 40,8% dos casos da doença foram provocados pelo sorotipo 3.

A contingência da dengue nos últimos anos é afetada pela baixa oferta da vacina. A única disponível no sistema público atualmente é a japonesa Qdenga, produzida pelo laboratório Takeda. No entanto, o volume de produção está longe do suficiente para atender a população brasileira.

O Ministério da Saúde informou ter adquirido toda a produção da vacina para 2025 que o laboratório forneceu, 9,5 milhões de doses. Com a aplicação de duas doses por pessoa, aproximadamente 4,25 milhões de brasileiros receberão o imunizante. “Claro que é um passo adiante, mas ainda é muito pouco para o tamanho da população do Brasil. Não vamos ter ilusão que a vacina vá bloquear a circulação do vírus em 2025” reconhece Rivaldo da Cunha, secretário adjunto do Ministério da Saúde para Vigilância em Saúde e Ambiente.

O mesmo vale para a vacina do Butantã com os Institutos Nacionais de Saúde (NIH) dos Estados Unidos. Apesar da vantagem de ser aplicada em dose única, ela ainda está em processo de aprovação na Anvisa. Cunha não tem dúvida de que será aprovada, “no entanto, até termos um volume grande de vacina disponível para a sociedade, provavelmente estaremos em fevereiro ou março de 2026”.

Enquanto a imunização em massa da população não é possível, as instituições de Estados e da União investem no combate ao mosquito vetor da doença. Drones passaram a ser usados como complementos das ações de prevenção já realizadas pelos agentes de combate a endemias, que nesta época do ano atuam com maior intensidade.

 

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